A Mercedes-Benz do Brasil anunciou no dia 27 de novembro, investimentos de R$ 1 bilhão para as fábricas de caminhões e ônibus de São Bernardo do Campo (SP) e Juiz de Fora (MG). O montante será aplicado em 2014 e 2015 em pesquisa e desenvolvimento de produtos e tecnologias, nacionalização de componentes e modernização das áreas de produção.
No início do mês, o grupo já havia anunciado R$ 500 milhões para a construção de uma fábrica de automóveis em Iracemápolis (SP), com início de operações previsto para 2016.
O anúncio foi feito pelo presidente mundial da divisão de Caminhões, Stefan Buchner, que disse ser esse o maior investimento do grupo alemão num país atualmente. “Um em cada quatro caminhões que produzimos é feito no Brasil”, informou. O País é o maior consumidor de veículos comerciais da marca, seguido pela Alemanha.
A Mercedes-Benz é responsável pelo maior plano de investimentos do setor, destinando R$ 2,5 bilhões ao Brasil de 2010 a 2015, com destaque para a inauguração da nova fábrica em Juiz de Fora e o aumento da capacidade produtiva em São Bernardo.
Em vendas, a marca é líder no segmento de ônibus e vice-líder em caminhões e tem meta de recuperar a liderança em caminhões, perdida para a MAN/Volkswagen há dez anos.
Ao todo, as principais fabricantes de caminhões e ônibus têm planos de investir cerca de R$ 5 bilhões até 2016.
A MAN segue com o plano iniciado em 2009 de aportes de R$ 1 bilhão, mas, por enquanto, desistiu de ter uma nova fábrica. “O Brasil é um dos mercados mais interessantes do mundo para nós”, ressaltou o presidente mundial da MAN Caminhões e Ônibus, Anders Nielsen.
A Iveco, do Grupo Fiat, vai aplicar R$ 900 milhões no período 2012-2014 (30% de todo o aporte que a companhia fará nos mercados onde atua) e trabalha para estar entre as três maiores fabricantes do País. “A concorrência nos obriga a ser criativos, usar tecnologias mais alinhadas com o que tem lá fora e não temos medo de enfrentá-la”, disse Marco Borba, vice-presidente da Iveco ao falar sobre a chegada de novas fabricantes. A marca detém hoje 9% de participação das vendas totais.
Mercado – As empresas do setor esperam para este ano um mercado de 150 mil caminhões, 12% maior que o de 2012. Para 2014, as apostas variam de estabilidade a crescimento de 6%.
Há grande ansiedade dos executivos sobre o anúncio das novas regras para o Finame, programa federal de financiamento usado em 60% a 70% das vendas do setor. Hoje, o juro mensal é de 4%, mas há receios de que essa taxa suba, o que pode mudar as previsões de vendas.
Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford, trabalha com um mercado próximo a 165 mil caminhões em 2014, enquanto seus pares falam em 150 mil a 160 mil. A Ford vai investir no País R$ 670 milhões até 2015.
Fonte: Estadão