Parte dos radares fixos em rodovias federais não está funcionando para fiscalizar o excesso de velocidade. Isso está acontecendo nas estradas administradas pelo Dnit, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.
Na BR-116, em Fortaleza, alguns radares que flagram motoristas que ultrapassam o limite de velocidade passaram o fim de semana cobertos por sacos plásticos. Nesta segunda-feira (18), alguns já amanheceram descobertos, mas continuam sem funcionar. Segundo o Dnit, as próprias empresas que operam os equipamentos é que colocam e retiram os sacos plásticos. Os motoristas que passam pela BR-101, em Natal, também encontram a mesma situação.
No Tocantins, os radares na BR-153 não estão cobertos, mas nem sempre funcionam. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), mais de sete mil veículos passam por dia no trecho que corta Gurupi, no sul do estado. Fica difícil para o pedestre que precisa atravessar a rodovia sem passarela.
Na região sul do Rio de Janeiro, os radares estão desligados nas BRs 393 e 101, no trecho entre Angra dos Reis e Paraty. A situação confunde motoristas e pedestres.
Em Ipatinga, Minas Gerais, as placas na BR-381 indicam o limite de velocidade, mas essa é mais uma rodovia que está com a fiscalização eletrônica comprometida: só alguns radares estão funcionando. Outros estão cobertos com sacos plásticos. A situação pegou muitos motoristas de surpresa.
O problema atinge parte dos radares fixos instalados nas rodovias federais gerenciadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, que informou que suspendeu o funcionamento desses radares porque a licitação para contratar novas empresas está sendo questionada na justiça. Os radares só devem voltar a funcionar depois que novas licitações forem feitas para escolher as empresas que vão operar os equipamentos.
Enquanto isso, a fiscalização nas rodovias fica por conta da Polícia Rodoviária Federal, que utiliza radares móveis para monitorar a velocidade dos veículos. Mas, para muitos motoristas, os equipamentos fixos fazem falta.
Em Fortaleza, até agora, os radares nas rodovias eram de responsabilidade da Mobit Brasil e do consórcio Maxi Vias, que ainda não responderam porque cobriram os equipamentos. Em todo Brasil, as rodovias administradas pelo Dnit têm cerca de 3,5 mil radares fixos, mas o departamento não esclarece o número total de aparelhos desligados.
A falta de controle sobre a velocidade dos motoristas preocupa em uma época do ano em que os brasileiros costumam pegar a estrada para as festas de fim de ano e verão. No verão passado, foram registrados mais de 2,6 mil acidentes. Novecentas e setenta e três mortes nas rodovias federais entre 16 de dezembro de 2016 e 5 março deste ano.
Acidentes em rodovias com radares desligados
Em Santa Catarina, algumas rodovias com grande número de acidentes também enfrentam o desligamento de radares. São 197 radares que estão desligados em nove rodovias federais. São os radares fixos, que batem foto quando o motorista ultrapassa o limite de velocidade. Esses radares são de uma empresa que teve o contrato rescindido com o Departamento Nacional de Infraestrututra (Dnit) em Santa Catarina. Eles agora estão cobertos com plástico preto, assim como as placas que sinalizam a velocidade nesses mesmos trechos. A reativação do serviço depende da contratação de uma nova empresa que, segundo o Dnit, já estaria em fase final.
Até lá, a fiscalização nas rodovias federais está sendo feita por 201 lombadas eletrônicas e também pela Polícia Rodoviária Federal que tem 31 radares móveis. Na prática, isso é pouco mais da metade dos equipamentos que deveriam estar controlando os motoristas que abusam da velocidade dos motoristas.
De acordo com a PRF, estradas com grande movimento em Santa Catarina como a BR- 470 e a 282 estão com a fiscalização prejudicada. Na BR-470, por exemplo, o número de acidentes em 2017 já é maior do que no ano passado. São trinta e um acidentes a mais.
Imprudência é a maior causa de acidentes
A Polícia Rodoviária Federal afirmou que a falta de radares fixos prejudica a fiscalização nas estradas, mas alertou que o patrulhamento com os aparelhos móveis continua. Apesar da falta de radares fixos é bom lembrar que o motorista deve respeitar a velocidade nas estradas. Porque a imprudência é a maior causa de acidentes.
Fonte: Jornal Hoje